No desenho Madagascar encontram-se duas figuras no mínimo absurdamente simpáticas. Um trata-se da figura extremamente egoísta, dominadora, prepotente, mas com um senso de humor e visão para a realidade à sua volta tão contagiante que chega a ser apaixonante: o exótico Rei Julien; um lêmure dos mais espertos!
Aos seus pés, literalmente, um súdito fiel, que não mede esforços para conquistar o coração desse rei, tão exigente: Morck!
Morck também é um lêmure, com uma característica única de não temer o perigo, ou de parecer não compreendê-lo, o que o torna a "isca perfeita" para as tentativas de ataques do seu rei.
Há uma profunda verdade, se analisado em comparação com a nossa realidade, das atitudes e visão dessas duas figuras excêntricas, em todos os aspectos pertinentes ao homem moderno. Por acaso não é o homem um egoísta, o que requer para si toda glória, honra e louvor? E quem não quer um súdito aos seus pés, literalmente dizendo!
Do outro lado, encontra-se o eterno súdito, que sente um enorme prazer, ou talvez contete-se em estar aos pés do seu rei! Mas que rei é esse, hein?!
Rei Julien, no final da história, mostra-se um tanto quanto quebrantado, inclusive aceitando seus pés, o que tem para si como mais precioso, liberado aos afagos do pequeno Morck! Quanta mudança!
Para Morck, ó... é muita emoção! Pode estar no lugar mais íntimo do seu idolatrado!
Assim caminha a humanidade: os que jamais querem quebrar suas duras cerviz e os que não conseguem erguer os olhos e vislumbrar uma maravilha assombrosa muito maior do que aquilo que contempla ao chão!
Sejamos bem mais que isso... altivos, mas humildes. Lutadores, mas vitoriosos. Quebrantados, mas em empatia.
Deus nos abençoe!