"Quem tem uma mão de amigos é felizardo".
Essa frase conheci há muitos anos e aprendi o verdadeiro valor de uma amizade sincera, daquelas que passam anos mas quando há um reencontro, o abraço é proporcional a distância. Há verdades, transparências, liberdade...

Há algum tempo aprendi e me apropriei desse lindo pensamento: "a beleza do Cristianismo está no cristão". Não conheço quem o disse, mas concordei plenamente com o raciocínio.
Longe de mim respirar naftalina, mas durante meus anos de caminhada no cristianismo protestante aprendi a ruminar o que há de bom e ruim na chamada instituição eclesial. Claro que, desde cedo também entendi que minha fé deveria ser sempre fundamentada em Cristo e não em homens de cajado. Porém, não poderia deixar de retratar o que sinto, vivo e vejo com os meus olhos que um dia hão de ver a glória do amado Cristo.
Há uma confusão de pensamentos nas denominações em tempos hodiernos no que refere às ordenanças, rituais e costumes. Tudo o que parecer ser bom é rapidamente assimilado e já não se cogitada a idéia de bom censo. É tudo um passo de fé rumo ao desconhecido. Simplesmente porque é moda é preciso fazer parte.
Sou do tempo em que adolescentes liam e sabiam o que a bíblia diz, até porque não havia muita atividade para a minha idade, mas sabia me comportar e ouvir o que o pastor dizia.
Sou do tempo em que as amizades eram duradouras e visitávamos nossos amigos sempre compartilhando nossa fé. Tínhamos lá nossas diferenças, mas sempre nos acertávamos.
Sou do tempo em que podia chamar um pastor pelo nome sem sofrer algum olhar condenatório, ou mesmo de expressar minha opinião. Mas isso foi há muitos, muitos anos...
A igreja pós-moderna traz uma proposta que não consigo ruminar, muito menos engolir. Essa igreja se parece muito com a igreja no final do século XVI que não dava o direito, nem acesso ao conhecimento que verdadeiramente liberta. E aí é que continua o problema: conhecimento traz capacidade de formular opinião!
Hoje, o que mais tenho ouvido e visto são pessoas despreparadas que sobem aos púlpitos e simplesmente exaurem qualquer ouvinte. Quando o preletor fala verdades já foge às regras. Quando o pregador distribui profecias é aplaudido. No fundo, é um grande palco e aplaudimos que bem nos apraz.
Já não somos mais os "crente bíblia" por andar com a "pretinha" debaixo do braço. Hoje somos os "evangélicos", a moda da vez. Aliás, essa moda do "evangeliquez" virou algo simplesmente descontrolado.
Eu aprendi que a bíblia é quem me liberta e eu sempre protesto, até porque o protestantismo não morrerá. Eu aprendi que o homem é maldito e falho, mas eu tenho a liberdade de fazer minhas escolhas.
Eu aprendi que tenho opinião e as formulo e promulgo, independente do que homens de cajado pensem. Não sou um fantoche para ser manipulada. Sou alguém que pensa e fala o que pensa. Não aceito mais ser "ferida em nome de Deus". Não aceito mais os abusos que as igrejas tem praticado.
EU PROTESTO, sempre.
E nada mais simples e claro do que a maravilha do pensamento do querido João Alexandre na canção "é proibido pensar".

Procuro alguém pra resolver meu problema
Pois não consigo me encaixar neste esquema
São sempre variações do mesmo tema
Mera repetições

A extravagâncias vem de todos os lados
E faz chover profetas apaixonados
Morrendo em pé rompendo a fé dos cansados
Com suas canções

Está de bem com vida é muito mais que renascer
Deus já me deu sua palavra
E é por ela que ainda guio o meu viver

Reconstruindo o que jesus derrubou
Re-costurando o véu que a cruz já rasgou
Ressuscitando a lei pisando na graça
Negociando com deus

No show da fé milagre é tão natural
Que até pregar com a mesma voz é normal
Nesse evangeliquez universal
Se apossando do céus

Estão distantes do trono,caçadores de deus
Ao som de um shofar
E mais um ídolo importado dita as regras
Pra nos escravizar.

É proibido pensar