Carrapichados, que Deus os tenha!

Tenho lido e ouvido palavras de púlpitos carregadas de Teologia da Prosperidade, emocionalismo barato e infundado, mas pouco ouço sobre essa coisa de “restauração de alianças”! Quando ouço, sempre é a ovelha quem se desviou, falhou, errou. Poucos assumem a verdade que também há por trás das lideranças que erram e não consertam seus erros. Exposição de opinião é tratado como insubmissão, rebeldia. Detém o poder quem tem o cajado. Ovelha com muito carrapicho precisa achar outro rebanho: os dos “carrapichados”!
                   Trinta milhões de crentes feridos estão esquecidos nas trincheiras: A igreja talvez seja hoje o único exército do mundo cujos soldados não voltam para buscar seus feridos no campo de batalha.”

                   Esta frase acima saiu de um texto da SEPAL sobre o grande número de “esquecidos” que passaram pelas igrejas e fizeram parte do grande número de rotatividade nas assembleias cristãs. Há muitas histórias, cada uma com sua verdade, mas o exército não tem coragem de voltar às trincheiras para resgatar os feridos, talvez ressuscitar os mortos. São poucas que percebem a necessidade de cuidar dos que estão “fracos”. É muito mais fácil lidar com quem é forte, está bem, aparentando saúde, prosperidade. Mas e o que come o “pão que o diabo amassou”? Come somente porque o quer? É somente um rosto na multidão? Alguém foi ouvir sua história?
                  
                   Há muitas histórias que dariam vários livros sobre relacionamentos quebrados dentro das igrejas. Há pessoas que não conseguem seguir sua vida porque não puderam tratar suas desavenças; foi lhe imposta uma verdade unilateral e “zefiní”! Dá-se por encerrado porque assim determinou o líder!
                  
                   Eu me cansei! Estou profundamente decepcionada! Me pesa ouvir os sermões baratos e preciso recorrer à obras literárias reais como Bruce Olson, os pensamentos de John Wesley. Aliás, Ed René Kivitz disse em um de seus sermões que é preciso igreja para quem não gosta de igreja, crente, pastor e dízimo. Penso que nessa igreja as preocupações sejam com outras coisas mais pertinentes ao evangelho.

                   Lembrei-me da carta de Paulo à Filemon, se não me engano, onde o apóstolo trata sobre a questão de Onésimo. A história é uma metáfora que extrapola o primeiro século e chega aos nossos dias. Ela é um resumo do Evangelho e até onde entendo, o Evangelho é graça que vem do amor. Evangelho é perdão pleno, é exortação ao exercício da graça, é a busca da reconciliação. No entanto, o livro termina numa espécie de “silêncio”. Melhor dizer, talvez não termine... talvez nós tenhamos que terminar. Talvez todos nós sejamos “Onésimos” em muitos momentos. Talvez seja melhor ser um “Onésimo” e fugir pra bem longe do que parece intransponível, e ao meu ver, nem comendo um quilo todo de mostarda haverá fé para resolver tal questão.
                   Que Deus tenha misericórdia do seu povo! Eu sou povo de Deus e desejo ver sua justiça real, verdadeira, eficaz. Desejo ouvir verdades sobre Cristo, o que morreu a “morte de Cruz”. Desejo ouvir músicas que falem dessas verdades e não mais letras de “eu quero de volta o que é meu... me dá o que é meu”, como se Deus fosse obrigado a dar alguma coisa a nós, que somos pó, vermezinhos...! Deveríamos louvar por Ele ter misericórdia de nós e não nos consumir com fogo do céu!
                   “Ah, Senhor meu Deus. Mantenha em mim alguma esperança a respeito da importância da sua igreja. Que meus olhos vejam o que é mais importante e que as outras coisas diminuam. Não mais que tratem vidas com banalidade e não mais vejamos ovelhas expulsas de seus pastos. Desejo ver homens de cajado cheirando ao cocô dos bichinhos burrinhos que se dobram diante do matador! Desejo ver homens de cajado que busquem ovelhas fora do aprisco. Ovelhas são bobas, Senhor. Não sabem muito bem onde devem ir, e quando há muita lã, não lhes permitem que esta seja tosquiada para agasalhar aos que tem frio. Senhor... Senhor...”
                              

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O dia em que deputados se calaram diante do cenário da educação brasileira

Amanda Gurgel: “É necessário transformar nossa angústia em ação” Em entrevista ao Portal, a professora e militante do PSTU, Amanda Gurgel.




Portal O vídeo em que você denuncia a situação precária da educação pública já superou as 100 mil visualizações no YouTube e chegou à lista brasileira dos Trending Topics, no Twitter. Como você vê toda essa repercussão? –

Amanda Gurgel Em primeiro lugar, é importante falar sobre a minha surpresa diante de tamanha repercussão daquelas palavras que não são só minhas, mas de toda uma categoria, não só aqui no Rio Grande do Norte, mas em todo o Brasil, como se comprova nos diversos comentários postados sobre o vídeo. Também não imaginei que as pessoas que não vivem o nosso cotidiano não conhecessem à rotina de um professor e do funcionamento de uma escola pública. Então, diante de informações tão reais, acredito que a repercussão do vídeo se deve ao fato de minha fala ter sido dirigida à Secretária de Educação, Betânia Ramalho, à promotora da educação e aos deputados, figuras que ocupam postos elevados na sociedade, a quem as pessoas geralmente não costumam se reportar, tanto por não terem oportunidade quanto por se sentirem coagidas, ou por se sentirem inferiores. Enfim, talvez pela combinação desses dois fatores: tanto pela expressão de um sentimento contido, comum a todos nós, quanto pela atitude diante de deputados.

Portal O vídeo foi gravado durante uma audiência pública na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte. Qual era a razão da audiência? Qual o objetivo daquele debate?

Amanda Gurgel Era uma audiência pública com o tema “O cenário da educação no RN”. O objetivo era debater as questões da educação no estado, apontando alternativas para os seus problemas. A princípio, não se pretendia discutir a greve dos professores e funcionários, mas diante da nossa presença essa intenção foi rechaçada.

Portal – Como você avalia a situação da educação pública hoje no Rio Grande do Norte e no Brasil?

Amanda Gurgel Não existe uma palavra que melhor defina a educação aqui no estado e no Brasil do que caos. Um caos generalizado que começa na nossa formação e vai desde a estrutura precária das escolas, passando pelo caráter burocrático que ganharam as funções de coordenação pedagógica e direção, a superlotação das salas de aula, a demanda não suprida de professores chegando, finalmente, à remuneração do trabalhador que constitui a representação material do valor que é dado a nossa profissão. Mas, obviamente, todo esse caos não acontece por acaso. Há uma clara intenção da burguesia em manter a classe trabalhadora excluída dos processos que propiciem o desenvolvimento intelectual. Com isso, ela alcança dois objetivos: garante que os trabalhadores não atinjam altos níveis de cultura e pensamento crítico, conseguindo, no máximo, serem alfabetizados e aprenderem um ofício; dividir a classe trabalhadora, colocando-a em lados aparentemente opostos, como é o caso, muitas vezes, da relação entre professores e alunos ou as suas mães e os seus pais. É comum as pessoas acreditarem que greves prejudicam os alunos, quando é justamente o contrário: somente nas greves temos a oportunidade de abrir para a sociedade, os problemas que nós nos acostumamos a administrar no nosso cotidiano e que nos impedem de realizar o nosso trabalho. Somente nas greves podemos obter conquistas para a educação, pois, ainda que muitos já tenham sido envolvidos pelo discurso de que há outros mecanismos de luta que não a mobilização das massas, não é possível encontrar um caso em que nossos direitos tenham sido conquistados de outra forma. Os discursos de aparente conciliação servem apenas para mascarar ainda mais o fato de que a educação nunca foi prioridade para nenhum governo. Se não fosse assim, Dilma não teria cortado R$ 3 bilhões da educação nos primeiros dias do seu governo. Então, é necessário, em cada lugar do Brasil, transformar nossa angústia em ação. Não podemos baixar as cabeças atendendo às expectativas da burguesia. Precisamos mostrar a nossa consciência de classe e a nossa capacidade de organização.

Portal – A greve da educação no Rio Grande do Norte já atingiu mais de 90% das escolas, chegando até a 100% em regiões do interior. Na sua opinião, quais são as perspectivas da paralisação?

Amanda Gurgel Já contamos pouco mais de vinte dias de greve e a governadora Rosalba Ciarlini ainda não acenou com nenhuma proposta, tampouco uma que contemplasse as nossas reivindicações. Diante disso, a categoria tem reagido da melhor forma possível: lutando. A cada assembleia, recebemos informes de adesão das cidades do interior. Certamente, Rosalba e Betânia (secretária de educação) preparam alguma retaliação, mas estão enganadas se pensam que estamos para brincadeira. Não retornaremos às escolas sem o cumprimento do Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos funcionários, a revisão do Plano dos professores, a aplicação da tabela salarial dos servidores e o pagamento de direitos atrasados. A arrecadação do Estado aumentou consideravelmente. Segundo o Dieese, só no primeiro trimestre desse ano, foram R$ 776 milhões de ICMS, o que representa R$ 110 milhões a mais do que no mesmo período do ano anterior. Além disso, de janeiro a abril, o Estado recebeu R$ 214 milhões de FUNDEB, cerca de 54 milhões a mais do que no ano anterior. Portanto, o momento não é para choradeira. O momento é para apresentação de propostas e negociação.

Portal – Você é militante do PSTU. Como aconteceu essa aproximação com o partido?

Amanda Gurgel Fui ativista do movimento estudantil e dirigente do Centro Acadêmico de Letras e do DCE da UFRN. Nessa época, tinha uma relação próxima com o PT, mas ao ingressar na categoria dos trabalhadores (as) em educação, toda a imagem de movimento sindical que eu construíra ao longo da minha vida foi sumariamente desconstruída quando constatei a forma como a direção do PT/PCdoB dirigia a nossa entidade e utilizava a categoria como moeda de troca para benefícios próprios. Na segunda assembléia de que participei, já era oposição convicta. Mas, como havia outras oposições, aos poucos fui me localizando. Participei do congresso de fundação da Conlutas, passei a construir a oposição e algum tempo depois fiz uma reflexão e já não conseguia entender como eu podia ver que militantes tão obstinados dedicassem suas vidas à verdadeira defesa da classe trabalhadora, à defesa da classe a que pertenço, enquanto eu apenas trabalhava, trabalhava e cuidava da minha vida. Entendi que era minha obrigação dividir com eles (as), meus e minhas camaradas, essa tarefa. Por isso, eu entrei no PSTU.

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EU PROTESTO: SOBRE “O PODER DE UM MOVIMENTO BEM ARTICULADO”: Direito, religião e fé!

              

                 O texto que leva o título desse comentário causou algum debate interessante no Facebook e de imediato  somente repassei, mas senti-me forçada a expressar minha opinião.
                Sem pretensão de ensinar sobre  história das civilizações, é pertinente lembrar que, sobre as leis, sua existência  é datado tão antigo quanto minha origem: a pré-história  (não que eu seja tão antiga, nem esteja tão velha, ... aliás, espero somente o suficiente, sem enfado ou canseira! Mas o espelho me tem sido inimigo diário!). Rugas a parte...
 Os primeiros passos foram no Oriente com o rei babilônico Ur-Nammu e nosso amigo Moisés logo também usou  as tábuas para determinar o Código de Moisés, dando ênfase sobre princípios morais: os Dez Mandamentos (se bem que acho que o Moisés deveria ter quebrado as peças finais na cabeça daquele povo de “cabeça dura”!). De qualquer forma, ficou para os gregos o título de fundadores do direito, e assim como os povos mais antigos, eles (os gregos) acreditavam que os deuses e as deusas desejavam que os homens cumprissem a lei, mas também acreditavam que os homens tinham o poder de fazer leis - e de modificá-las quando houvesse necessidade.
Os registros de Moisés, ainda Pentateuco, passaram a ser um “manual de conduta e prática moral” e posteriormente, somando-se todo o Antigo Testamento, e logo após incluindo o Novo Testamento, passou a ser um “manual de conduta e prática cristã”, mas ainda com grande ênfase moral.
As leis estavam lá, estão aqui, e povos, culturas, costumes, trabalham-na de forma a resolver uma diversidade de questões particular às suas necessidades organizacionais. Algumas leis são revistas, outras são mantidas. Muitas deveriam nem existir e muitas que existem deveriam funcionar. O Brasil é um grande exemplo e vemos isso na mídia o tempo todo. De certa forma, causa-me um sentimento de insegurança saber que em meu país afrouxam-se as algemas para os colarinhos brancos. Também me sinto insegura em constatar que nosso sistema penal não reabilita qualquer criminoso.
Porém, movimento bem articulado como titula o Deggau em seu texto, mostra o poder dos homossexuais no Brasil. O que há 30 anos ainda era somente uma ameaça, de fato solidificou-se. Vitória! Devemos dar mão à palmatória diante de um quadro tão promissor para o movimento. Afinal, simplesmente usaram de conhecimento das linhas das leis para defenderem seus interesses. Justiça! Nada mais que justo exercerem o direito que possuem como cidadãos e comunidade.
No entanto, vemos que esse movimento continua se articulando em outros setores de nosso país democrático de “ordem e progresso”. Já chegou ao campo da educação com o polêmico Kit Anti-homofobia criado pelo MEC. O assunto homofobia parece tomar um rumo de ameaça e isso causa um desconforto. Daqui a pouco teremos pensamentos rastreados e ao menor sinal de perigo haverá perseguição contra qualquer cidadão de bem que ousou pensar no termo, simplesmente ao se deparar com um casal homossexual de mãos dadas passeando pelas ruas, livremente. A minha dúvida somente é se teremos que “engolir” à força toda a ação desse “movimento bem articulado”. Isso me faz relembrar sobre perseguição contra cristãos e não falo da Inquisição, não! Falo em tempos hodiernos!
A igreja tornou-se protestante, separou-se do estado, voltou seus olhos para o “manual de conduta e prática cristã”, e viu que muitas leis criadas pelo homem não estavam ajudando em nada. Cansou-se de ser oprimida pelo império Romano. A religião, criação do homem, passou a ser confundida com o cristianismo em essência. Tudo o que foi proposto por Jesus Cristo tornou-se grande perigo. Fugia às regras das leis romanas, assim como foge às regras das leis universais. Jesus era perigoso demais e suas palavras causariam grande revolução. Aconteceu! Esse mesmo Jesus obedeceu às leis; mandou que seus seguidores pagassem os impostos: sendo uma vez de César, dessem a ele. Também ousou enfrentar os afrouxamentos comerciais confrontando os vendedores na porta do templo. Porém, as leis que Jesus trabalhou fogem à regra da lei humanista criada pelos homens. Ela é mais poderosa, mais eficaz, mas exige muita labuta, entendimento, estudo...
Há também de se lembrar que a família se desestruturou. Entregaram seus filhos aos cuidados de escolas, professores, televisão, internet. Não mais se educa filhos em casa. Não mais se reúne para partilhar o alimento. Não mais se conversa sobre valores. Os papéis se invertem cada dia mais e tudo agora é “normal”. Assim como ser homossexual é somente uma questão de livre escolha. Há 30 anos pensava-se que tal cidadão o praticasse, mas era suposição; sabiam se portar. Hoje são assumidos, estão em todos os lugares, inclusive nos púlpitos de algumas denominações.
...
EU PROTESTO!
Não é normal o que temos visto. Não posso me calar ante tanta estultícia!
EU PROTESTO!
Meus filhos não serão do Estado. Serão educados por mim; A escola ensinará conteúdos científicos, mas eu os amarei, abraçarei e consolidarei o exercício da fé.
EU PROTESTO!
...
De tudo quanto falo, deixo claro que, assim como as leis estão aí e são revogáveis em muitos casos, nada mais me surpreenderá. Temos visto coisas assustadoras e isso só faz parte de um processo que nós, verdadeiros cristãos sabemos que iria acontecer. A igreja cristã, que professa Jesus como Senhor Único sabe que é chegado o tempo em que ela deve mostrar a beleza do Evangelho através dos seus praticantes. Isso é muito difícil, mas deve continuar sendo trabalhado. Chegou o tempo em que devemos conversar com nossos filhos sobre nossa fé, de maneira que saibam se portar ante OS ensinamentos que discordam do cristianismo que deve ser exercido.
Eles conquistaram seus direitos. A lei criada por homens assim permitiu, mas ainda devemos ter esperança. Não nesse mundo, mas na promessa vindoura: ELE VIRÁ!

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