O que eu aprendo com o "carinha que mora logo ali"!

Acho de uma criatividade tão grande e feliz a série Todo Mundo Odeia o Chris que não me canso de assisti-la, ainda que repetidas vezes o mesmo episódio.
Chris é um adolescente que vive com os pais, um irmão e uma irmã no bairro de Bed-Stuy no Brooklyn em Nova York.
Na série, a história gira em torno do personagem Chris Rock.Ele tem momentos de alegrias e decepções, mas aceita sua condição e realidade. O adolescente é apresentado como infeliz e azarado, o único negro na escola onde estuda e o filho mais velho do casal Julius e Rochelle. Seu sonho é ser bonito, popular, talentoso, mas não consegue realizar o que deseja. Normalmente se dá mal nos episódios e aparentemente é sempre injustiçado. Tem uma irmã que quer literalmente queimá-lo vivo e um irmão que tem a atenção voltada para sua beleza, inteligência e destreza no que faz. Seu amigo Greg é o pior e melhor do dia-a-dia. O ajuda a sair e entrar em encrencas, mas foge quando o calo aperta e o deixa na mão. Sempre volta arrependido e Chris o perdoa.
Chris, como todo mundo, tem um inimigo, o Caruso. É a pedra no caminho da sua vida. É racista, mal-educado, briguento, falso e dissimulado, e está sempre acompanhado de outros garotos, com os quais dá surras diárias em seus desafetos.
Nem todo mundo odeia o Chris, nem todo mundo quer arrancar sua pele, mas o que se pode aprender de sua realidade é realmente maravilhoso. O que o cerca é a realidade mais clara e sincera que pode ser compreendida.
O que mais me chama a atenção na série é o desenrolar no seio familiar. Os problemas, ainda que grandes, são confrontados e resolvidos, mesmo que alguém tenha que gritar mais alto. Não se tolera a mentira, a falsidade, o engano, e em algum momento haverá o acerto de contas. Gosto da maneira como os personagens são forçados a resolverem suas crises, revelarem suas mentiras. Gosto de ver a mesa como o centro da convivência diária e onde, normalmente, as coisas relevantes são apresentadas. Gosto de ver como os pecados, as fraquezas, os desejos maquinados vem à tona. Gosto de ver como os “furacões” de ira são encarados. Gosto de ver como a soberba cai por terra. Gosto de ver como tudo se acerta.
De vez em quando eles oram, vão à igreja, exercem a fé, ainda que um pouco “social” e religiosa. Há uma tentativa de se praticar o bem aos que são queridos. Chris é um pouco de cada um de nós, afinal, quem vence todos os dias? Quem supera as crises pessoais todos os dias? Quem tenta, ao menos, romper os limites todos os dias?
Quem não tem um Malvo na vida oferecendo-lhe terror? Quem não tem um Golpe Baixo para mantê-lo dentro do equilíbrio? Quem não tem um Jerome na vida pra arrancar-lhe o que quase não tem? Quem não tem um Sr. Omar para desejar-lhe o “descanso eterno”? Ainda que com muito bom humor.
Precisamos de famílias que vivam de acordo com a verdade, que confrontem seus medos e realidade. Famílias que acertem as contas e se amem, ainda que, cada um na sua linguagem de demonstração desse afeto. Precisamos encarar quem somos, olhando nos olhos, todos os dias, o dia todo. Talvez, quem sabe, de alguma maneira, isso nos faça melhor e caminhemos para o futuro glorioso certo de que demos nosso máximo.
Eu não odeio o Chris. Amo!

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