Eu? Vestir-me de pano de saco?
abr
04
“Ó Deus, as águas me sobem até o pescoço;
afundo na lama; não tenho apoio para os pés.”
Quem dera isso fosse praticado em tempos hodiernos!
Se antigamente a humilhação, a confissão, o arrependimento era demonstrado com atitude de se dispor da vergonha, o que se vê hoje é um circo de horrores. Não se confronta mais o pecado como deveria. Não se faz mais uso, quase nem mesmo do perdão para o arrependimento. Claro que na aliança de Cristo não há evidências de uso de quaisquer coisa que seja para externar a humilhação. Essa prática, aliás, também foi condenada por ser usada como atos externos “insinceros”. A grande mudança ocorre em nosso comportamento quando somos transformados pela palavra do Cristo vivo!
Em gabinetes pastorais, quantos tratamentos de adultérios têm sido feito de maneira quase intimista. Reúnem-se os líderes, o casal ou somente o adúltero, adúltera, e ali, entre as quatro paredes é confessado e perdoado. Logo tudo parece estar normal. Mas eu me pergunto sempre se, realmente, a todos quanto interessa, o problema é confrontado. Quantos adúlteros que, arrependidos dos seus atos, se humilham perante os pais, os filhos, irmãos, igreja, e pedem perdão? Mas você deve se perguntar: mas é preciso? Não é somente ao traído, traída suficiente se arrepender?
Tratar sobre pecados é algo bem delicado, principalmente quando essa prática fere ao próximo. Quando meus pecados invadem o espaço do outro que é do meu círculo, provavelmente ele causará danos. Um vínculo foi quebrado. Agora a confiança foi tocada! Quando alguém adultera numa relação matrimonial, a família também sofre. Os filhos são expostos, os parentes não sabem como agir. Se isso acontecer em um seio que não conhece o cristianismo atuante como apaziguador, pior será. No entanto, se isso acontece em um lar onde todos professam a mesma fé do evangelho de Cristo, sentir-se arrependido não é suficiente. É preciso ir além. É preciso confrontar a questão de maneira que todos ao redor possam experimentar o mesmo sentimento. É preciso que todos possam exteriorizar o que há dentro de si. É preciso que as lágrimas lavem os corações.
Talvez, hoje, devêssemos nos vestir de pano de saco e nos cingirmos de cinza. Talvez devêssemos sair às ruas gritando o quanto nosso caráter é ruim. Talvez precisemos nos livrar da vergonha de ter vergonha! Talvez devêssemos parar de sermos hipócritas e realmente acertamos nossas contas, ainda que, aparentemente tarde.
Quando há arrependimento, há perdão. Quando há perdão, há sinceridade. Quando há sinceridade, não se vive às escuras. Quando se está às claras, tudo é evidente, inclusive, o verdadeiro amor. Realmente preciso me vestir de pano de saco.
Por Edilaine M. Vidotto Rech
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