ANTES QUE EU ME ESQUEÇA... PARABÉNS PARA MIM DUAS VEZES!

No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos situada na cidade norte americana de Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica e começaram a reivindicar melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (as fábricas exigiam 16 horas de trabalho diário), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno dentro do ambiente de trabalho. A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas, num ato totalmente desumano.
No dia 8 de março de 1976, nasci Edilaine Maria Vidotto (agora tenho um Rech). Não nasci operária, muito menos em uma fábrica de tecidos. Nasci na cidade de Santa Mariana em meio ao conturbado ambiente de uma família simples, estranha e controversa. Nada reivindiquei, mas gostaria de tê-lo feito. Não fui trancada em um barracão para ser incendiada; o incêndio foi ao ar livre mesmo. Só sei que a culpa não foi minha...
No dia 8 de março de 2012, cá estou eu para contar as marcas que ficarão para sempre. Elas me trazem à memória, todos os dias, que a vida é assim mesmo: cheia de vítimas, sobreviventes e vencedoras!
Mulheres são fortes, sensíveis, delicadas, imponentes, frágeis, dóceis, febris, austeras...
Que dizer sobre Joana D´arc? Mary Quant (se não fosse por ela, usaríamos vestidos longos ainda)? Madre Cristina? Madre Tereza?
Marcelle Capy disse em 1916: “A corrente que impulsiona as massas femininas para o trabalho será mais forte do que nunca”. Já Virgínia Woof disse em sua obra Um Quarto para Si que “As mulheres ficaram sentadas no interior de suas casas durante milhões de anos, embora, no presente, os próprios muros estejam impregnados de sua força criadora”.
Marie Bonnevial em 1895, brilhante Jornalista de A Socialista, sintetizou:
“A família socialista, será composta por dois seres iguais em direitos na sociedades normal do futuro”. Mas não posso me esquecer de Loise Labé (1520-1566): “...Que as severas leis dos homens não impeçam mais as mulheres de se dedicarem às ciências”. No entanto, Simone de Beauvoir em sua obra O segundo Sexo, 1949, foi além: “Não se nasce mulher, nos tornamos mulher. A libertação das mulheres começa no ventre.”

Essas mulheres...
Tenho orgulho de ser mulher e conheço mulheres incríveis. Conheço mulheres que ousaram enfrentar o mundo e não se rebaixaram, mas também conheço as que preferiram o silêncio. Conheço mulheres que choram, mas que não se cansam de amar incondicionalmente. Conheço mulheres que enfrentaram um novo começo e outras que estão lá pelo segundo recomeço. Conheço mulheres que brigaram e brigam diariamente pelos seus direitos.
Essas mulheres...
E antes que eu me esqueça, dedico minhas palavras às mulheres que me marcaram e que tem história para contar:
Professora Anita Cotrin Teixeira. Linda, sempre! Minha querida professora de alguns anos da infância. Mulher de fibra que formou família linda e dedicou-se, com amor extremo, à educação de tantos nessa cidade.
Professora Maria Luiza Marinho Casanova. Incrível! Teria tantas palavras para dizer à ela em tão pouco tempo, mas prefiro sintetizá-las: vencedora!
Professora Marilu Martens Oliveira. Surpreendente! Essa mulher me marcou em tão pouco tempo e só posso resumir que ela foi e é uma corajosa, desbravadora.
Jussara Rodrigues. Única! Essa, sem palavras. Tem dias que a amo e outros que a odeio. Mas ela é simplesmente única!
Professora Rogéria Neves Tavares. Louca mulher! Como não falar dessa minha grande e melhor amiga. Me ama de maneira incondicional, me acolhe de maneira essencial e dividimos nossas lutas. Ela é um dedo da minha mão de amigos.
Por fim, Dona Dita. Minha mãe negra! Linda, de fibra. Cuidou de mim como mãe. Mãe que me lembro todos os dias, até mesmo do cheiro. Obrigada!
Há tantas outras, mas por enquanto, antes que eu me esqueça, falta falar de mim.
Eu?
Simplesmente eu!
Obrigada à todas as mulheres que preencheram minha vida. Obrigada ao grande amor da minha vida que de mulher não tem nada, mas me entende mais do que qualquer uma delas. Meu amado Vlamir Rech!

posted under |

1 comentários:

Blogando Azul disse...

Parabéns a todas as mulheres do Brasil e do mundo, que são batalhadoras e guerreiras!

Postar um comentário

Postagem mais recente Postagem mais antiga Página inicial

Eu?

Minha foto
Eu sou o que sou.. nem muito, nem pouco. Atleta de marcha atlética. Teóloga. Presidente do Metahum. Professora. Blogueira quando o tempo dá... Tá ótimo!

Eu que penso!

"Um homem pode falsificar o amor, pode falsificar a fé, pode falsificar a esperança e todas as outras virtudes, mas é muito difícil falsificar a humildade". D.L. Moody

Ozoblongueado!

Por Lanna Rech. Tecnologia do Blogger.

Followers


Recent Comments